3. Oratória do Obreiro
INTRODUÇÃO
“A música seria a mais
belas das artes, se não fosse a Oratória."
Este
trabalho surgiu no intuito de auxiliar aos que ministram a palavra de Deus e
desejam desenvolver-se colocando em pratica algo que tem sido muito pronunciado
atualmente, a oratória que nada mais é que a arte de falar em público.
Diante
desta conjuntura propõe-se como filosofia trabalhar a habilidade de comunicação
e usufruir de vantagens estratégicas nas situações do cotidiano, sejam
profissionais, sociais ou efetivas.
A
proposta está em fornecer aos alunos os instrumentos e ferramentas para que
possam superar o medo, adquirindo autoconfiança e a transformar o desconforto
em prazer ao falar. Com isso será proporcionado um treinamento para que logo
após o término do curso, os alunos possam dar prosseguimento no desenvolvimento
de seus recursos pessoais, com harmonia e segurança.
É
mister ressaltar que o orador não nasce feito, e que a arte de falar bem não é
algo que surge do dia para noite, há a necessidade de se aprimorar diariamente
o que se aprende através da pratica. Por isso, o progresso da cada aluno está
diretamente ligado ao seu treinamento continuo e a sua força de vontade em
aproveitar as oportunidades de se expor e falar. De forma geral todos podem
atingir o nível da excelência em suas preleções e obter saudável desenvoltura
comportamental em suas vidas.
AFINAL, O QUE É ORATÓRIA?
“Segue
ao pé do Bom Pastor cada dia. Nele tens todo o sustento. Tudo que necessitas na
jornada de cada dia.” (N.L. Zinzendorf)
Ressalta-se
que oratória nada mais é do que a arte de falar em público de forma elegante, precisa,
fluente e atrativa.
Da
oratória extrai-se a eloqüência que é o dom natural da palavra, desenvolvido de
modo coordenado, coerente e fluente. Nesta conjuntura há a retórica que é o
estudo teórico e pratico das regras que desenvolvem e aperfeiçoam o talento
natural da palavra, tendo por base a observação e o raciocínio.
3. GRANDES ORADORES
“Deus
ajuda aqueles que se ajudam.” (Benjamim Franklin)
3.1
JESUS CRISTO
Uma
das formas que utiliza-se para a
propagação do evangelho de Cristo é a pregação. Jesus a exemplo disto foi um
pregador distinto de todos os que dantes dEle pregaram a palavra e os que logo após a sua vinda ministraram e
ministram até os dias hodiernos a sua
santa e inerrante palavra. O Mestre não tinha púlpito, na maioria das vezes era
improvisado sobre um monte, na popa de um barquinho, junto ao mar da Galiléia;
nas tribunas das sinagogas ou em casas de amigos. O ministério da pregação
tornou-se algo muito dinâmico e expressivo na vida de Jesus.
3.2 ARÃO
O
maior orador de todos os tempos Arão, judeu nascido no Egito durante um período
de opressão. Este era tão bem conceituado na arte da oratória, ao ponto de ser
reconhecido pelo próprio Deus como sendo um excelente orador (Êx. 4.14). O
interessante é que a historia bíblica e as pessoas vão concluir que, através da
arte da oratória se consegue prestigiar bem como desprestigiar. A bíblia
menciona que houve uma ocasião em que Arão conseguiu persuadir toda a nação
judaica, a adorar um bezerro de ouro que ele próprio confeccionou. Para conseguir
convencer o povo a adorar o bezerro ele utilizou-se de um excelente discurso.
3.3
DEMÓSTENES
Este
estadista foi considerado o maior orador grego. Inicialmente, como meio de
vida, escrevia discursos para serem lidos nos julgamentos. Era conhecido por
sua timidez e gagueira. Apesar de não possuir grandes dotes físicos ele revelou
uma extraordinária força de vontade e disciplina para superar estes obstáculos,
impondo a si próprio um treinamento muito severo e rígido. Declamava e
discursava com a boca cheia de pedras e conchas, em frente ao mar. Para o
fortalecimento da voz ele falava mais alto do que o barulho das ondas. Com isso
conseguiu obter pronuncia perfeita, voz possante e pronuncia invejável.
Projetou-se como orador político, suas mais famosas obras as serie de discursos
Filipicas e de Corona.
3.4
CÍCERO - MARCOS TULLIUS E CÍCERO
Intitulado
como o maior orador romano e um excelente prosador. Cícero foi o que mais
influenciou os oradores dos dias hodiernos. Sua extensa obra é reconhecida
pelos variados discursos, pelos tratados filosóficos e retóricos, pelas cartas
e poemas existentes. Destaca-se, na vida desta grande orador, as famosas
coletâneas de discursos Verrinas e Catlinarias.
4.
VOCÊ PODE SER UM ORADOR!
“Se
parares cada vez que ouvires um cão, nunca chegarás ao fim do caminho.” (autor
desconhecido)
Todas
as pessoas podem fazer a diferença como um orador diferenciado dos demais,
todos possuem esta capacidade de desenvolver a arte de falar em publico. Isso desde que não haja impregnado alguma
deficiência insuperável.
Ninguém
por mais que seja bem desenvolvido em suas faculdades mentais nasce orador,
porém, todos os que são, são porque desenvolveram esta capacidade, que a seguir
será discorrido.
4.1
O MAIOR INIMIGO DO ORADOR
O
maior inimigo do orador não é a sua aparência, não são quem sabe suas
dificuldades de esboçar mensagens, o maior inimigo não é a voz que não está
segundo o patamar estabelecido pela sociedade como sendo a voz ideal. Todos
estes podem ser inimigos do orador, mas não é o maior. O maior inimigo do
orador é intitulado de MEDO. Mas, onde será que origina-se o medo?
Na
maioria das vezes o medo surge devido às conclusões precipitadas, que vem da
imaginação pessimista e negativas antecipada à apresentação. O medo é resultado
também de falta de conteúdo, quando surge a oportunidade de falar e o orador
não sabe o que dizer e na maioria das vezes não falar nada, acaba enrolado as
pessoas até o termino da mensagem que por sua vez não acrescenta nada aos
ouvintes.
O
medo tem sua origem no dialogo interno desequilibrado, ex: será que conseguirei
sair bem nesta apresentação? Há! eu penso que não nasci para fazer isto. Há a
necessidade de se manter o dialogo interno equilibrado, pois poderá trazer
sérios prejuízos na realização de um boa prédica.
4.1.1
Como controlar o medo de falar em público?
A
resposta é bem mais simples do que se imagina. Só se controla o medo de falar
em publico se preparando e estudando a cerca do assunto, treinando com o
espelho, câmara de filmagem, gravador de voz, etc.
4.1.2
Como controlar o nervosismo?
Só
existe uma forma de controlar o nervosismo que é utilizando-se de exercícios de
respiração com o corpo solto.
5.
OS VEÍCULOS DA COMUNICAÇÃO
“O
problema não é o barulho dos maus, mas o silêncio dos bons.”
Compara-se
o discurso como sendo uma locomotiva com cinco vagões, o vagão postura; vagão
emoção; vagão gestos; vagão vocabulário e vagão voz. Veremos logo após cada um
destes de forma mais detalhada.
5.1
POSTURA
A
postura está relacionado a posição do corpo. Esta é observada por todo o tempo
pelo auditório. Através da postura equilibrada, bonita e harmoniosa do orador o
auditório desenvolve suas expectativas e isto traz resultados positivos ao
mensageiro da palavra. Porém, as expectativas são frustrantes quando o orador
não tem postura equilibrada, desajustada, feia e sem harmonia.
Quando
estes tipos de situações ocorrem o auditório perde o interesse de ouvir, perdem
o interesse de ouvir mesmo quando antes não saia sequer uma palavra da boca,
criando desta forma um nível de desatenção e dispersão muito grande, fato que
prejudica de forma direta todo o desenrolar da prédica.
A
postura pode transmitir segurança, insegurança, habilidade e inabilidade. Mas,
como se ter um boa postura? É bem mais simples do que se pode imaginar o ponto
X da postura são os ombros, é importante saber mantê-los sempre bem alinhados.
5.2
EMOÇÃO
O
segundo veiculo de uma comunicação correta é a emoção. Esta precisa ser bem
equilibrada, pois é através dela que o orador vai agir em harmonia com os seus
ouvintes, sem agressividade ou passividade. Um estado emocional desequilibrado
pode trazer sérios prejuízos, tornando o auditório agressivo, demonstrando
resistência e falta de atenção à mensagem pregada.
Uma
emoção equilibrada é de grande valia, pois desarma o auditório. Um exemplo
claro verifica-se se o orador é convidado para discursar em um ambiente, onde
os ouvintes em sua maioria estão tensos e tristes, no momento em que ele vai se
apresentar deverá se portar com sua platéia com uma emoção equilibrada, através
do bom humor, do riso sincero; recorrendo a estas técnicas o auditório será
apto o suficiente para ouvir o seu discurso.
O
orador no desempenho de suas funções precisa trazer impregnado em seu ser uma
fonte do humor que será utilizada no intuito de envolver a platéia, se ele for
bem humorado certamente fará com que o seu discurso seja engraçado, divertido,
interessante a acima de tudo eficaz.
O
orador jamais deve se apresentar quando perceber que seu estado emocional
desequilibrado. A emoção é oscilante, exatamente por isso é preciso se utilizar
de alguns exercícios, para erguê-la quando se perceber que seu estado está fora
do normal. Diante destas questões torna-se mister fazer caminhadas, praticar
algum esporte ou fazer alguma outra atividade relaxante. Estas atividades
ajudará a diminuir a tensão e com isso melhorar o seu estado emocional para a
apresentação do discurso.
Nesta
conjuntura uma das melhores formas que se tem para se manter um bom humor é
através da técnica de se manter o interior divertido, isto é manter-se sempre
rindo interiormente, porém se houver alguma dificuldade de utilizar estas
técnicas, poderá usufruir de outra técnica a de pensar em alguma coisa
engraçada antes de se apresentar, pode-se pensar em alguma brincadeira, uma
história, uma música ou um fato qualquer e desde que seja humorado.
5.3
GESTOS
Os
gestos são os movimentos do corpo. Estes são de um grau de importância muito
grande no desenvolvimento de uma prédica com os resultados almejados, por isso
há a necessidade de se utilizar destes movimentos com naturalidade e
consciência para não se provocar devaneios no auditório.
Existem
dois tipos de comunicação – a comunicação verbal e a comunicação não verbal que
não se utiliza da voz para se comunicar. Um estudo realizado pelos norte
americanos concluiu que os gestos carregam a maior porcentagem do potencial de
um discurso, veja a seguir de forma mais detalhada cada um destes fatores.
Palavras:
são as responsáveis por 7% da capacidade de convencimento de um discurso;
Voz:
é a responsável 38% da capacidade de convencimento de um discurso;
Gestos:
estes representam 55% da capacidade de convencimento de um discurso.
Com
base nesta pesquisa percebe-se que os gestos são os responsáveis pela maior
porcentagem de convencimento na transmissão do discurso. Por esta razão é
necessário tomar muito cuidado com eles, principalmente com os prejudiciais que
são: balanço excessivo do corpo, movimento desordenado constantemente, estes
gestos indicam insegurança, nervosismo e falta de convencimento e falta de
habilidade.
Estas
atitudes atrapalham o poder de persuasão ou convencimento do orador durante a
apresentação do discurso, necessário que o orador seja atento aos gestos e
também atento aos membros do corpo, cabeça, ombros, braços, mãos e pernas.
5.4
CABEÇA
A
posição da cabeça representa o ajuste de todo o corpo. É considerando a
importância da cabeça, que ressalta-se que esta em momento algum durante a
prédica deve ficar inclinada para um dos lados do corpo, não deve ficar
excessivamente erguida e nem excessivamente inclinada; quando fora do nível a
cabeça causa uma desarmonia em toda a postura.
Na
maioria das vezes quando a cabeça está excessivamente baixa indica
inferioridade, desanimo, angustias e falta de vontade para se pronunciar. Os
gestos demonstrados pela cabeça são muito importantes para afirmar e para
negar.
5.5
OMBROS
Conforme
já mencionado anteriormente os ombros são de grande valia para o
desenvolvimento da postura e estes devem sempre estarem bem alinhados.
5.6
BRAÇOS
Os
braços durante uma prédica, não devem ficar cruzados, pois isto demonstra para
a platéia que o orador está fechado para receber idéias. Se o discurso for
interativo, demonstra ao publico ouvinte altivez, desinteresse pelo auditório e
superioridade. Os braços não podem ficar em constantes movimentos demonstrando
um mau hábito ou irritabilidade.
5.7
MÃOS
As
mãos tem sido a causa de preocupações de muitos ministros da palavra do Senhor,
muitos não sabem a posição que devem ter, onde deve-se deixá-la durante a
apresentação. Na arte da oratória não existem regras quanto ao posicionamento
das mãos, mas todavia existem dicas que podem auxiliar no bom uso das mãos a
exemplo disto menciona-se o ponto zero.
Os
movimentos das mãos transmitem uma série de mensagens que a seguir são
descritas:
Mão
aberta com a palma voltada para cima significa disponibilidade para recebimento
e interesse pelo assunto. Com a palma voltada para baixo com alguns resumidos
movimentos indica pedido de calma;
Mão
aberta com a palma voltada para baixo com movimentos para lateral indica
rejeição, afastamento e remoção;
Mão
aberta com o polegar pressionado indica força, vigor e energia.
5.8
PERNAS
O
posicionamento das pernas tem sido um fator de essencial valor na condução do
discurso. O adequado posicionamento das pernas indicam maturidade, enquanto que
mau posicionamento das mesmas indicam imaturidade do ministrante. Durante a
exposição da palavra é mister evitar algumas coisas que a seguir são detalhadas:
Deve
se evitar o balanço ou a batida das pernas, pois isto indica nervosismo;
Cabe
evitar apoiar o corpo sobre uma das pernas, pois isto indica falta de
habilidade
No
uso correto das pernas o correto é manter a sola do pé inteira no chão,
transmitindo a sobriedade, o mau posicionamento das pernas acarreta sérios
prejuízos no processo da comunicação.
5.9
VOZ
A
voz tem sido um importantíssimo instrumento no desenvolver das ministrações. A
voz carrega o raio X da alma, é por causa disto que por telefone por vezes se
consegue perceber o estado emotivo da pessoa na qual se está falando, isto só é
possível por causa da voz e da sua tonalidade.
A
voz indica diretamente ou indiretamente a dor que perscruta no ser das pessoas,
esta também demonstra alegria, desanimo nervosismo e tristeza. São poucos os
que conseguem disfarçar a voz para esconder os sentimentos. A tonalidade da voz
constitui um fator indispensável na comunicação a exemplo disto a seguir são
destacados alguns pontos essenciais de serem observados durante a prédica.
Falar
alto tem sido um comportamento típico de quem procura mesmo sem querer chamar a
atenção dos que estão a sua volta, na maioria das vezes estas atitudes estão
diretamente relacionadas a imaturidade de muitos que não procuram se informar
para o desempenho eficaz e eficiente da prédica;
Falar
muito baixo quando utilizada sem cuidados indica em sua maioria medo,
insegurança, sentimento de impotência perante os ouvintes.
Falar
com mansidão está associada a tristeza ou a alguma raiva escondida ou
sentimento de ser um orador desinteressante.
Diante
destas questões é primordial que a voz deve se moderada, demonstrando a firmeza
e a sabedoria de quem fala. Não pode ser monótona, pois assim finda cansando o
auditório em pouco tempo, a voz é um recurso importantíssimo na condução de uma
mensagem.
Diante
desta conjuntura o que é necessário fazer para melhorar a voz? É bem simples,
primeiramente é importante utilizar bem a respiração, intensidade, velocidade e
entonação, a seguir são detalhados cada um desses de modo que facilite o
entendimento.
Respiração
– para que a voz do orador seja agradável é mister que respire de forma
correta. Existem oradores que costumam falar quando estão inspirando, e
continuam falando mesmo depois de o ar haver acabado, não utilizando o ar de
forma correta. Deve-se durante a fala utilizar-se do diafragma.
Intensidade
– é de primordial valor fazer-se treinamentos para não pronunciar as palavras
aos berros, nem sussurros desordenados para o auditório, pois estas duas
maneiras se pronunciar pode irritar o auditório gerando perda de interesse de
ouvir o orador, levando-os a desviar a sua atenção do conteúdo concentrando-a
nos motivos dos berros e dos sussurros.
Velocidade-
cada tipo de discurso exige uma velocidade determinada na pronuncia das
palavras. Existem quatro graus de velocidades mais utilizados a rápida, a muito
rápida, a lenta e a muito lenta. Vejamos cada uma dessas a seguir.
Rápida
– usada para festividade de jovens e para reuniões de avivamento;
Muito
rápida – utilizada para narrações de jogos;
Lenta
– usada para mensagens reflexivas como poesias e contos;
Muito
lenta – utilizada para provocar o sono na plateia.
5.10
VOCABULÁRIO
Questões
relacionadas ao vocabulário são de indispensável valor na comunicação. Pois é
através dele que se transmitem as idéias. Quando o vocabulário é deficiente
jamais se consegue transmitir o que se pensa e imagina.
O
vocabulário ideal é aquele que não é difícil e nem truncado, bem como não é
complicado ou excessivamente sofisticado. O vocabulário não deve ser pobre e
vulgar – o auditório não é atraído por palavras bonitas, mas sim por um bom
discurso. O melhor vocabulário é aquele que é compreendido por todas as classes
sociais e não apenas por algumas, o vocabulário deve ser semelhante ao
utilizado nos telejornais.
Pastor Samuel Procópio
Assembléia de Deus Avivamento Pleno
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