segunda-feira, 31 de outubro de 2022

3ª EBOM - Pastor Samuel Procopio

 

3. Oratória do Obreiro


 

 

INTRODUÇÃO

 

“A música seria a mais belas das artes, se não fosse a Oratória."

Este trabalho surgiu no intuito de auxiliar aos que ministram a palavra de Deus e desejam desenvolver-se colocando em pratica algo que tem sido muito pronunciado atualmente, a oratória que nada mais é que a arte de falar em público.

Diante desta conjuntura propõe-se como filosofia trabalhar a habilidade de comunicação e usufruir de vantagens estratégicas nas situações do cotidiano, sejam profissionais, sociais ou efetivas.

A proposta está em fornecer aos alunos os instrumentos e ferramentas para que possam superar o medo, adquirindo autoconfiança e a transformar o desconforto em prazer ao falar. Com isso será proporcionado um treinamento para que logo após o término do curso, os alunos possam dar prosseguimento no desenvolvimento de seus recursos pessoais, com harmonia e segurança.

É mister ressaltar que o orador não nasce feito, e que a arte de falar bem não é algo que surge do dia para noite, há a necessidade de se aprimorar diariamente o que se aprende através da pratica. Por isso, o progresso da cada aluno está diretamente ligado ao seu treinamento continuo e a sua força de vontade em aproveitar as oportunidades de se expor e falar. De forma geral todos podem atingir o nível da excelência em suas preleções e obter saudável desenvoltura comportamental em suas vidas.

 

 AFINAL, O QUE É ORATÓRIA?

“Segue ao pé do Bom Pastor cada dia. Nele tens todo o sustento. Tudo que necessitas na jornada de cada dia.” (N.L. Zinzendorf)

Ressalta-se que oratória nada mais é do que a arte de falar em público de forma elegante, precisa, fluente e atrativa.

Da oratória extrai-se a eloqüência que é o dom natural da palavra, desenvolvido de modo coordenado, coerente e fluente. Nesta conjuntura há a retórica que é o estudo teórico e pratico das regras que desenvolvem e aperfeiçoam o talento natural da palavra, tendo por base a observação e o raciocínio.

 3. GRANDES ORADORES

“Deus ajuda aqueles que se ajudam.” (Benjamim Franklin)

3.1 JESUS CRISTO

Uma das formas que utiliza-se  para a propagação do evangelho de Cristo é a pregação. Jesus a exemplo disto foi um pregador distinto de todos os que dantes dEle pregaram a palavra  e os que logo após a sua vinda ministraram e ministram até os dias hodiernos  a sua santa e inerrante palavra. O Mestre não tinha púlpito, na maioria das vezes era improvisado sobre um monte, na popa de um barquinho, junto ao mar da Galiléia; nas tribunas das sinagogas ou em casas de amigos. O ministério da pregação tornou-se algo muito dinâmico e expressivo na vida de Jesus.

3.2 ARÃO

O maior orador de todos os tempos Arão, judeu nascido no Egito durante um período de opressão. Este era tão bem conceituado na arte da oratória, ao ponto de ser reconhecido pelo próprio Deus como sendo um excelente orador (Êx. 4.14). O interessante é que a historia bíblica e as pessoas vão concluir que, através da arte da oratória se consegue prestigiar bem como desprestigiar. A bíblia menciona que houve uma ocasião em que Arão conseguiu persuadir toda a nação judaica, a adorar um bezerro de ouro que ele próprio confeccionou. Para conseguir convencer o povo a adorar o bezerro ele utilizou-se de um excelente discurso.

3.3 DEMÓSTENES

Este estadista foi considerado o maior orador grego. Inicialmente, como meio de vida, escrevia discursos para serem lidos nos julgamentos. Era conhecido por sua timidez e gagueira. Apesar de não possuir grandes dotes físicos ele revelou uma extraordinária força de vontade e disciplina para superar estes obstáculos, impondo a si próprio um treinamento muito severo e rígido. Declamava e discursava com a boca cheia de pedras e conchas, em frente ao mar. Para o fortalecimento da voz ele falava mais alto do que o barulho das ondas. Com isso conseguiu obter pronuncia perfeita, voz possante e pronuncia invejável. Projetou-se como orador político, suas mais famosas obras as serie de discursos Filipicas e de Corona.

3.4 CÍCERO - MARCOS TULLIUS E CÍCERO

Intitulado como o maior orador romano e um excelente prosador. Cícero foi o que mais influenciou os oradores dos dias hodiernos. Sua extensa obra é reconhecida pelos variados discursos, pelos tratados filosóficos e retóricos, pelas cartas e poemas existentes. Destaca-se, na vida desta grande orador, as famosas coletâneas de discursos Verrinas e Catlinarias.

 

4. VOCÊ PODE SER UM ORADOR!

“Se parares cada vez que ouvires um cão, nunca chegarás ao fim do caminho.” (autor desconhecido)

 

Todas as pessoas podem fazer a diferença como um orador diferenciado dos demais, todos possuem esta capacidade de desenvolver a arte de falar em publico.  Isso desde que não haja impregnado alguma deficiência insuperável.

Ninguém por mais que seja bem desenvolvido em suas faculdades mentais nasce orador, porém, todos os que são, são porque desenvolveram esta capacidade, que a seguir será discorrido.

4.1 O MAIOR INIMIGO DO ORADOR

O maior inimigo do orador não é a sua aparência, não são quem sabe suas dificuldades de esboçar mensagens, o maior inimigo não é a voz que não está segundo o patamar estabelecido pela sociedade como sendo a voz ideal. Todos estes podem ser inimigos do orador, mas não é o maior. O maior inimigo do orador é intitulado de MEDO. Mas, onde será que origina-se o medo?

Na maioria das vezes o medo surge devido às conclusões precipitadas, que vem da imaginação pessimista e negativas antecipada à apresentação. O medo é resultado também de falta de conteúdo, quando surge a oportunidade de falar e o orador não sabe o que dizer e na maioria das vezes não falar nada, acaba enrolado as pessoas até o termino da mensagem que por sua vez não acrescenta nada aos ouvintes.

O medo tem sua origem no dialogo interno desequilibrado, ex: será que conseguirei sair bem nesta apresentação? Há! eu penso que não nasci para fazer isto. Há a necessidade de se manter o dialogo interno equilibrado, pois poderá trazer sérios prejuízos na realização de um boa prédica.

4.1.1 Como controlar o medo de falar em público?

A resposta é bem mais simples do que se imagina. Só se controla o medo de falar em publico se preparando e estudando a cerca do assunto, treinando com o espelho, câmara de filmagem, gravador de voz, etc.

4.1.2 Como controlar o nervosismo?

Só existe uma forma de controlar o nervosismo que é utilizando-se de exercícios de respiração com o corpo solto.

 

5. OS VEÍCULOS DA COMUNICAÇÃO

“O problema não é o barulho dos maus, mas o silêncio dos bons.”

Compara-se o discurso como sendo uma locomotiva com cinco vagões, o vagão postura; vagão emoção; vagão gestos; vagão vocabulário e vagão voz. Veremos logo após cada um destes de forma mais detalhada.

5.1 POSTURA

A postura está relacionado a posição do corpo. Esta é observada por todo o tempo pelo auditório. Através da postura equilibrada, bonita e harmoniosa do orador o auditório desenvolve suas expectativas e isto traz resultados positivos ao mensageiro da palavra. Porém, as expectativas são frustrantes quando o orador não tem postura equilibrada, desajustada, feia e sem harmonia.

Quando estes tipos de situações ocorrem o auditório perde o interesse de ouvir, perdem o interesse de ouvir mesmo quando antes não saia sequer uma palavra da boca, criando desta forma um nível de desatenção e dispersão muito grande, fato que prejudica de forma direta todo o desenrolar da prédica.

A postura pode transmitir segurança, insegurança, habilidade e inabilidade. Mas, como se ter um boa postura? É bem mais simples do que se pode imaginar o ponto X da postura são os ombros, é importante saber mantê-los sempre bem alinhados.

5.2 EMOÇÃO

O segundo veiculo de uma comunicação correta é a emoção. Esta precisa ser bem equilibrada, pois é através dela que o orador vai agir em harmonia com os seus ouvintes, sem agressividade ou passividade. Um estado emocional desequilibrado pode trazer sérios prejuízos, tornando o auditório agressivo, demonstrando resistência e falta de atenção à mensagem pregada.

Uma emoção equilibrada é de grande valia, pois desarma o auditório. Um exemplo claro verifica-se se o orador é convidado para discursar em um ambiente, onde os ouvintes em sua maioria estão tensos e tristes, no momento em que ele vai se apresentar deverá se portar com sua platéia com uma emoção equilibrada, através do bom humor, do riso sincero; recorrendo a estas técnicas o auditório será apto o suficiente para ouvir o seu discurso.

O orador no desempenho de suas funções precisa trazer impregnado em seu ser uma fonte do humor que será utilizada no intuito de envolver a platéia, se ele for bem humorado certamente fará com que o seu discurso seja engraçado, divertido, interessante a acima de tudo eficaz.

O orador jamais deve se apresentar quando perceber que seu estado emocional desequilibrado. A emoção é oscilante, exatamente por isso é preciso se utilizar de alguns exercícios, para erguê-la quando se perceber que seu estado está fora do normal. Diante destas questões torna-se mister fazer caminhadas, praticar algum esporte ou fazer alguma outra atividade relaxante. Estas atividades ajudará a diminuir a tensão e com isso melhorar o seu estado emocional para a apresentação do discurso.

Nesta conjuntura uma das melhores formas que se tem para se manter um bom humor é através da técnica de se manter o interior divertido, isto é manter-se sempre rindo interiormente, porém se houver alguma dificuldade de utilizar estas técnicas, poderá usufruir de outra técnica a de pensar em alguma coisa engraçada antes de se apresentar, pode-se pensar em alguma brincadeira, uma história, uma música ou um fato qualquer e desde que seja humorado.

5.3 GESTOS

Os gestos são os movimentos do corpo. Estes são de um grau de importância muito grande no desenvolvimento de uma prédica com os resultados almejados, por isso há a necessidade de se utilizar destes movimentos com naturalidade e consciência para não se provocar devaneios no auditório.

Existem dois tipos de comunicação – a comunicação verbal e a comunicação não verbal que não se utiliza da voz para se comunicar. Um estudo realizado pelos norte americanos concluiu que os gestos carregam a maior porcentagem do potencial de um discurso, veja a seguir de forma mais detalhada cada um destes fatores.

Palavras: são as responsáveis por 7% da capacidade de convencimento de um discurso;

Voz: é a responsável 38% da capacidade de convencimento de um discurso;

Gestos: estes representam 55% da capacidade de convencimento de um discurso.

Com base nesta pesquisa percebe-se que os gestos são os responsáveis pela maior porcentagem de convencimento na transmissão do discurso. Por esta razão é necessário tomar muito cuidado com eles, principalmente com os prejudiciais que são: balanço excessivo do corpo, movimento desordenado constantemente, estes gestos indicam insegurança, nervosismo e falta de convencimento e falta de habilidade.

Estas atitudes atrapalham o poder de persuasão ou convencimento do orador durante a apresentação do discurso, necessário que o orador seja atento aos gestos e também atento aos membros do corpo, cabeça, ombros, braços, mãos e pernas.

5.4 CABEÇA

A posição da cabeça representa o ajuste de todo o corpo. É considerando a importância da cabeça, que ressalta-se que esta em momento algum durante a prédica deve ficar inclinada para um dos lados do corpo, não deve ficar excessivamente erguida e nem excessivamente inclinada; quando fora do nível a cabeça causa uma desarmonia em toda a postura.

Na maioria das vezes quando a cabeça está excessivamente baixa indica inferioridade, desanimo, angustias e falta de vontade para se pronunciar. Os gestos demonstrados pela cabeça são muito importantes para afirmar e para negar.

5.5 OMBROS

Conforme já mencionado anteriormente os ombros são de grande valia para o desenvolvimento da postura e estes devem sempre estarem bem alinhados.

5.6 BRAÇOS

Os braços durante uma prédica, não devem ficar cruzados, pois isto demonstra para a platéia que o orador está fechado para receber idéias. Se o discurso for interativo, demonstra ao publico ouvinte altivez, desinteresse pelo auditório e superioridade. Os braços não podem ficar em constantes movimentos demonstrando um mau hábito ou irritabilidade.

5.7 MÃOS

As mãos tem sido a causa de preocupações de muitos ministros da palavra do Senhor, muitos não sabem a posição que devem ter, onde deve-se deixá-la durante a apresentação. Na arte da oratória não existem regras quanto ao posicionamento das mãos, mas todavia existem dicas que podem auxiliar no bom uso das mãos a exemplo disto menciona-se o ponto zero.

Os movimentos das mãos transmitem uma série de mensagens que a seguir são descritas:

Mão aberta com a palma voltada para cima significa disponibilidade para recebimento e interesse pelo assunto. Com a palma voltada para baixo com alguns resumidos movimentos indica pedido de calma;

Mão aberta com a palma voltada para baixo com movimentos para lateral indica rejeição, afastamento e remoção;

Mão aberta com o polegar pressionado indica força, vigor e energia.

5.8 PERNAS

O posicionamento das pernas tem sido um fator de essencial valor na condução do discurso. O adequado posicionamento das pernas indicam maturidade, enquanto que mau posicionamento das mesmas indicam imaturidade do ministrante. Durante a exposição da palavra é mister evitar algumas coisas que a seguir são detalhadas:

Deve se evitar o balanço ou a batida das pernas, pois isto indica nervosismo;

Cabe evitar apoiar o corpo sobre uma das pernas, pois isto indica falta de habilidade

No uso correto das pernas o correto é manter a sola do pé inteira no chão, transmitindo a sobriedade, o mau posicionamento das pernas acarreta sérios prejuízos no processo da comunicação.

5.9 VOZ

A voz tem sido um importantíssimo instrumento no desenvolver das ministrações. A voz carrega o raio X da alma, é por causa disto que por telefone por vezes se consegue perceber o estado emotivo da pessoa na qual se está falando, isto só é possível por causa da voz e da sua tonalidade.

A voz indica diretamente ou indiretamente a dor que perscruta no ser das pessoas, esta também demonstra alegria, desanimo nervosismo e tristeza. São poucos os que conseguem disfarçar a voz para esconder os sentimentos. A tonalidade da voz constitui um fator indispensável na comunicação a exemplo disto a seguir são destacados alguns pontos essenciais de serem observados durante a prédica.

Falar alto tem sido um comportamento típico de quem procura mesmo sem querer chamar a atenção dos que estão a sua volta, na maioria das vezes estas atitudes estão diretamente relacionadas a imaturidade de muitos que não procuram se informar para o desempenho eficaz e eficiente da prédica;

Falar muito baixo quando utilizada sem cuidados indica em sua maioria medo, insegurança, sentimento de impotência perante os ouvintes.

Falar com mansidão está associada a tristeza ou a alguma raiva escondida ou sentimento de ser um orador desinteressante.

Diante destas questões é primordial que a voz deve se moderada, demonstrando a firmeza e a sabedoria de quem fala. Não pode ser monótona, pois assim finda cansando o auditório em pouco tempo, a voz é um recurso importantíssimo na condução de uma mensagem.

Diante desta conjuntura o que é necessário fazer para melhorar a voz? É bem simples, primeiramente é importante utilizar bem a respiração, intensidade, velocidade e entonação, a seguir são detalhados cada um desses de modo que facilite o entendimento.

Respiração – para que a voz do orador seja agradável é mister que respire de forma correta. Existem oradores que costumam falar quando estão inspirando, e continuam falando mesmo depois de o ar haver acabado, não utilizando o ar de forma correta. Deve-se durante a fala utilizar-se do diafragma.

Intensidade – é de primordial valor fazer-se treinamentos para não pronunciar as palavras aos berros, nem sussurros desordenados para o auditório, pois estas duas maneiras se pronunciar pode irritar o auditório gerando perda de interesse de ouvir o orador, levando-os a desviar a sua atenção do conteúdo concentrando-a nos motivos dos berros e dos sussurros.

Velocidade- cada tipo de discurso exige uma velocidade determinada na pronuncia das palavras. Existem quatro graus de velocidades mais utilizados a rápida, a muito rápida, a lenta e a muito lenta. Vejamos cada uma dessas a seguir.

Rápida – usada para festividade de jovens e para reuniões de avivamento;

Muito rápida – utilizada para narrações de jogos;

Lenta – usada para mensagens reflexivas como poesias e contos;

Muito lenta – utilizada para provocar o sono na plateia.

5.10 VOCABULÁRIO

Questões relacionadas ao vocabulário são de indispensável valor na comunicação. Pois é através dele que se transmitem as idéias. Quando o vocabulário é deficiente jamais se consegue transmitir o que se pensa e imagina.

O vocabulário ideal é aquele que não é difícil e nem truncado, bem como não é complicado ou excessivamente sofisticado. O vocabulário não deve ser pobre e vulgar – o auditório não é atraído por palavras bonitas, mas sim por um bom discurso. O melhor vocabulário é aquele que é compreendido por todas as classes sociais e não apenas por algumas, o vocabulário deve ser semelhante ao utilizado nos telejornais.

     Pastor Samuel Procópio

Assembléia de Deus Avivamento Pleno

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário, critica ou sugestão, ficarei grato. Que o Senhor Deus te abençoe.