segunda-feira, 31 de outubro de 2022

3ª eBOM - Pastor Adailton Bertoldo

 

8. Princípios de um Obreiro


        

Estudo sobre principios de um obreiro Hebr. 6.9

Principios.

Princípios são um conjunto de normas ou padrões de conduta a serem seguidos por uma pessoa ou instituição.

A conceituação dos princípios está relacionada ao começo ou início de algo. São os pontos considerados iniciais para um determinado assunto ou questão. O termo tem origem do latim principĭum, que significa “origem", "causa próxima", ou "início”.

Os princípios também podem estar associados às proposições ou normas fundamentais que norteiam os estudos, sobretudo os que regem o pensamento e a conduta.

O OBREIRO: Um obreiro eclesiástico é o mesmo que um ministro da igreja. Primeiramente, esta pessoa precisa ser membro da igreja. É muito importante que esta pessoa faça parte da referida igreja, desde seus primeiros passos. Porque Jesus Cristo, depois de passar uma noite em oração, escolheu os apóstolos dentre seus discípulos (Lucas 6.12 -16). Discípulos quer dizer alunos, aprendiz e diz a respeito aos membros da igreja; mas quanto aos apóstolos, diz a respeito aos obreiros, os ministros, da mesma. Mas não estamos falando de todos os membros da igreja, de uma forma geral, visto que um candidato ao ministério precisa preencher rigorosamente certos requisitos, a saber: Ter sua escolha e chamada diretamente de Deus (Jeremias 1.5; Ezequiel. 2 . 1 – 3; Lucas 6.12 -16; Atos 13. 2 -4); Conhecer, concordar, e viver, todos os ensinamentos e dogmas da igreja ( II Timóteo 3.14 -17); Ser humilde e manso de coração (Mateus.11.29).

 

Qualificações de um obreiro

a) Apresentação individual,

b) Gentileza,

c) Educação,

d) Ética

Ética são códigos de conduta para o bom relacionamento entre as pessoas dentro dos grupos, variam de grupo para grupo, existem ética empresarial, ética política, etc e também existe a ética cristã. São códigos que se forem quebrados podem danificar os relacionamentos, prejudicar a imagem da instituição e até trazer escândalos ao Corpo de Cristo, convém estar atento a alguns procedimentos:

- Celulares, os obreiros devem colocar seus aparelhos para o modo silencioso ou desligarem durante o culto;

- Evitar conversas a parte com irmãs casadas ou entre obreiros casados e irmãs solteiras, a não ser quando for necessário e por breve período de tempo;

- Evitar beijos no rosto e abraços com as irmãs, que se conhece há pouco tempo ou novas convertidas;

- Evitar ficar do lado de fora da igreja durante o culto;

- Evitar andar sem necessidade no meio da igreja durante o culto;

- Ser breve nas oportunidades, evitando principalmente histórias particulares e infindáveis;

- Nas oportunidades, nunca se referir ao problema particular de um irmão por mais que seja do conhecimento de todos;

- Não chamar a atenção dos obreiros diante da igreja, deve-se falar em particular, na presença de outro obreiro ou nas reuniões;

- Evitar o uso de apelidos;

- Respeitar a dor dos outros;

- Ao orar em grupo, deve ser feito com ordem e em comum acordo com os irmãos, para evitar os falatórios sem objetivo;

- Evitar quaisquer atividades que tirem a ligação do culto, como trocar uma lâmpada, arrastar uma mesa, afinar uma guitarra ou bateria, salvo o que for necessário, todo preparo do culto deve ser feito antes.

e) Postura,

f) Atenção,

g) Iniciativa,

h) Envolvimento,

h) Pro atividade

Esse é um termo relativamente novo mundo, diz respeito às atitudes preventivas em um determinado projeto ou tarefa, é o ato de se prever possíveis necessidades ou falhas no futuro.

Diríamos que pro atividade é a soma de iniciativa e envolvimento nos diversos projetos e realizações da igreja. Ex: ao ser marcado um culto ao ar livre, o obreiro deve, antes de tudo, pensar em coisas como som, folhetos, ponto de luz para a instalação do som e etc, ainda que

não seja da sua alçada. O obreiro não deve se comportar como se não fosse responsabilidade dele, a realização de algum trabalho na igreja.

i) Equilíbrio:

O obreiro deve a todo custo ter um comportamento equilibrado, ele deve saber identificar o momento de descontração e o momento de assumir a postura séria para as atividades, e ao descontrair deve evitar brincadeiras extravagantes, piadas a fora de tempo, ou com temas duvidosos (infames, com mentiras Pv 26.18,19 , com o Espírito Santo ou com algum personagem bíblico) O obreiro deve se lembrar que: "Na multidão de palavras não falta pecado, mas o que refreia os lábios é prudente" Pv 10.19.

j) Prontidão: Pontualidade

m) Amor : O obreiro não deve esquecer nunca do amor, tanto para com Deus, como para com os irmãos e entre os próprios obreiros, é lamentável quando um obreiro busca o rápido crescimento ministerial e por conta disso toma atitudes que não estão nos padrões da Palavra de Deus, a própria Palavra do Senhor nos assegura que toda uma vida na obra pode ser perdida se não tiver amor 1 Co 13.1-3, é necessário que o obreiro se examine e procure dentro de si mesmo, os reais motivos que o levam a fazer a obra do Senhor. Encontramos muitos obreiros, com longos anos de trabalho na obra e que são homens e mulheres usados pelo Senhor, mas que de repente se desviam, muitas vezes o que motiva essa atitude é o fato de eles estarem muito tempo na obra do Senhor, por outras razões e não o amor às almas e a obra de Deus, ou então no decorrer da caminhada eles se esfriaram no amor Mt 24.12.

Com tudo isso o Obreiro tem que ser convertido Significa: mudança de direção, mudança, transformação ou adaptação.

É preciso demonstrar conversão em todas as áreas da vida. No modo de pensar, falar, agir. Na fartura ou na escassez.

Na alegria ou na tristeza. Quando honrado ou quando contrariado. Com saúde ou enfermo. No comando ou sendo subordinado. Amando ou sendo desprezado; em casa ou em público; a tempo ou a fora de tempo. A verdadeira conversão é visível, por isso mesmo, tem a capacidade de impressionar (produzir, deixar uma marca, transformar pela luz) as pessoas a nosso redor e o mundo.

Eze.18.32; II Pedr. 3.9; II Cron. 30.9b; Col.3.5; At.3.19; Tg.1.21.

É SUBMISSO

Significa: ato ou efeito de submeter-se, obediência voluntária, sujeição.

Reconhecendo a autoridade ministerial e espiritual que está sobre sua liderança, e identificando em seu líder espiritual o caráter de Deus, o obreiro não se sente submisso (que está em posição ou lugar inferior, resignado, conformado). Ao contrário, sente-se honrado e privilegiado em poder obedecer. Heb.5.7; Hebr. 12.9; I Sam.15.22-23; Hebr.13.17; Tt. 3.1-2;

Fip.2.8.

 

É OBEDIENTE

Significa: sujeitar-se à vontade de, cumprir ordens, deixar-se conduzir, estar sob uma força ou influência, ceder.

O obreiro aprovado alegra-se em cumprir todas as ordens ou determinações vindas da direção do ministério. Está sempre pronto a servir. Não questiona, não despreza e nem negligencia.

Porque confia no seu Deus, sabe que Ele é fiel.

Quando o obre/iro examina e entende o real significado desses três aspectos acima citados; significa que tem consciência do seu chamado.

O próprio Senhor Jesus declara: “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda.” (Jo.15:16).

 

Saber-se escolhido pelo próprio Senhor Jesus, leva o obreiro a desejar conhecê-lo mais intimamente, desejando ser como Ele é. “Sede, pois imitadores de Deus, como a filhos amados;” (Ef. 5.1). I TIM 1.12-14; Efe. 1.18.

Chamada = ação ou efeito de chamar; chamamento, Ato de chamar as pessoas para verificar suas presenças. Efe 4.1-4.

No caso de obreiro vem um pouquinho mais profundo, Efe 4.11-12; Luc. 12.48.

I Cor. 1.26; Efe. 4.1; I Tess. 2.12-14; II TIM 1.9; I Pedr. 5.10; II Pedr.1.10; Hebr.3.1.

Ministério: execução de uma tarefa, de uma obra; atividade, trabalho, mister; ocupação exercida por alguém; cargo, função, profissão.

“Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá” (I Pedro 4:11).

No novo testamento a palavra Ministério é traduzida do grego e passa a ideia de algum tipo de trabalho ou prestação de serviço, por isso é comum associarmos a palavra ao serviço de pregação, por exemplo.

“Ora, tinha Jesus cerca de trinta anos ao começar o seu ministério...” (Lucas 3:23)

Como vemos nessa passagem, Jesus tinha o seu próprio ministério que deve ser o nosso modelo maior, assim como tudo o que ele fez em sua vida, deve ser nosso espelho. Se focarmos no ministério de Jesus, podemos fazer o nosso próprio ser bom, já que se apenas vermos o nosso poderemos ficar cada vez mais distante do que seria ideia para Deus.

Jesus é um dos nossos maiores exemplos, pois se consideramos que quem tem um ministério é como um servo devoto a Deus, que tenta ser o melhor e fazer o melhor com o dom que Deus deu, pode encontrar nele, de fato, o nosso maior exemplo, já que fez tudo isso por nós, utilizou os seus dons para o bem, sempre com Ele guiando o seu caminho e sendo cada dia melhor para as pessoas e mostrando para todos o melhor que tinha e poderia ter nelas. Como em tudo em nossa vida, Jesus e Deus são os nossos guias nesse quesito também.

 

Pastor Adailton Bertoldo Ferreira

Assmbleia de deus Madureira Utinga

3ª EBOM - Pr Tiago Gomes

 




Os Salvos Salvam

17- Filho do homem: Eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; e tu da minha boca ouvirás a palavra e avisá-los-ás da minha parte.

18- Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; e tu não o avisares, nem falares para avisar o ímpio acerca do seu mau caminho, para salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua iniquidade, mas o seu sangue, da tua mão o requererei.

19- Mas, se avisares ao ímpio, e ele não se converter da sua impiedade e do seu mau caminho, ele morrerá na sua iniquidade, mas tu livraste a tua alma.

20- Semelhantemente, quando o justo se desviar da sua justiça, e cometer a iniquidade, e eu puser diante dele um tropeço, ele morrerá: porque tu não o avisaste, no seu pecado morrerá; e suas justiças, que tiver praticado, não serão lembradas, mas o seu sangue, da tua mão o requererei.

21- Mas, avisando tu o justo, para que não peque, e ele não pecar, certamente viverá; porque foi avisado; e tu livraste a tua alma. Ezequiel 3:17-21

Meus amados irmãos e irmãs, se nos fosse perguntado hoje, quais são as obras que os salvos em Cristo devem praticar, qual seria a sua resposta?

Para começarmos a meditar em uma possível resposta, é necessário em primeiro lugar trazermos a temática dessa EBOM.

‘’Más de vós, ó amados, esperamos coisas melhores, e coisas que acompanham a salvação’’ Hebreus 6:9

É evidente que do versículo 9 em diante há uma mudança de direcionamento da mensagem do escritor. Se trata agora de um público (judeus convertidos) que não apostataram da fé genuína em Cristo, como fica ainda mais evidente no versículo seguinte:

Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra, e do trabalho do amor que para com o seu nome mostrastes, enquanto servistes aos santos; e ainda servis.
Hebreus 6:10.

Todos nós que aceitamos ao Senhor Jesus como nosso único e suficiente salvador, passamos por uma certa dessocialização, ou seja, lugares que íamos agora não vamos mais, costumes que tínhamos agora não temos mais, certas diversões com antigos amigos agora são inadequadas, linguajar que utilizávamos agora não utilizamos mais, enfim, sua maneira de se comportar, de agir, de falar, de se vestir e até mesmo de pensar, passam agora por uma transformação (Romanos 12:2) pois nos tornamos salvos em Cristo e isso requer mudanças.

Tendo isso em vista, fica evidente que em primeiro lugar vem a nossa salvação, pois quem não conheceu a salvação não consegue apresentá-la a outra pessoa. Na temática dessa EBOM, o escritor finaliza o versículo dizendo ‘’e coisas que acompanham a salvação’’, ou seja, a nossa salvação precede diversas outras obras que devemos fazer.

Depois da igreja ser confirmada na terra em atos 2, vemos o modo de agir dos cristãos e como eles se preocupavam (depois de salvos) com o seu próximo. Sabemos que o comportamento de Atos 2: 45-47 refere-se a pessoas que já processavam a mesma fé, porém, essas mesmas pessoas que se preocupavam com os convertidos como eles, em Atos 11: 19-26 vemos que após a morte de Estevão se levantou uma grande perseguição e os convertidos dispersos saiam pregando o evangelho tanto a judeus quanto a gregos e no verso 26 desse capítulo surge então o termo Cristão.

Em resumo entendemos então que o ser humano em primeiro lugar se preocupa com a sua salvação, e após ser salvo e passar pela certa dessocialização mencionada nesse texto, agora esse homem ou mulher faz parte de um novo grupo de pessoas chamados os salvos em Cristo, conhecidos como Crentes ou Cristãos (entre outros nomes).

Voltamos então a pergunta inicial:

Quais são as obras que os salvos em Cristo devem praticar?

Levando em consideração o texto bíblico que se encontra em Gálatas 5: 19-26, teríamos o método de como não andar e de como andar quando salvos em Cristo e isso com certeza nos ajudaria a agradar a Deus. Mas eu gostaria de chamar a sua atenção para a batalha que está sendo travada nesse momento, enquanto você lê esse texto. Você sabia que nesse momento há uma luta espiritual onde um lado que ver a humanidade passando a eternidade no lago de fogo e enxofre e o outro lado quer que o destino da humanidade seja na Glória com Deus?

Pois bem, esse é o ponto que quero tratar com meus queridos irmãos, uma obra que com certeza acompanha a salvação.

Tendo como base o texto encontrado em Ezequiel 3: 17-21, onde ele é tido como Atalaia sobre Israel, notamos a importância de nos preocuparmos com a obra de propagação do evangelho de Cristo onde essa obra é tida pelo apostolo Paulo em I Coríntios 9:16 como obrigação.

Em 605 a.C Nabucodonosor invade Jerusalém e leva cativo muitos jovens entre eles Daniel, Ananias, Mizael e Azarias, e no ano de 598 a.C, novamente Jerusalém é sitiada por Nabucodonosor e dessa vez são levados o rei Jeoaquim e aproximadamente 10mil pessoas e Ezequiel estava entre esses (2° Reis 24: 11-18).

O ápice da mensagem de Deus para essa profeta é onde o Senhor deixa explicito a seu profeta que se a mensagem não for entregue o ímpio morreria e o Senhor iria requerer o sangue das mãos do profeta, e se ele a entregasse sua alma (de Ezequiel) estaria salva.

Tudo o que fazemos como por exemplo: caridade, doações, aconselhamentos, empatia praticada, orações, interseções, prática do amor ao próximo, perdão entre outras ações, são obras que acompanham a salvação e fica muito claro em Tiago 2: 14-26 que nossa fé deve ser acompanhada de obras.

A boa obra de salvação de almas dará uma eternidade bem-aventurada aos que aceitarem a Cristo como salvador, e o fato é que se sabemos que muitos estão se perdendo no mundo, temos a responsabilidade de avisá-los, assim como fez o profeta Ezequiel.

E se sabemos o quão maravilhoso será morar com nosso Deus porque negar essa oportunidade a aqueles que estão perdidos?



Deus nos tem como Atalaias (Vigias), profetas e sacerdotes em nossos dias, e tem nos mostrado que o fim de todas as coisas nesse mundo se aproxima, o Eterno conta conosco para tomar das mãos do inimigo essas almas que estão se perdendo. Devemos fazer as ‘’COISAS MELHORES, QUE ACOMPANHAM A SALVAÇÃO’’, devemos ser focados e nos dispor a fazer a vontade de Deus.

Uma verdade que tem que ser dita, ‘’Os salvos salvam”. Isso não significa que temos o poder de levar a pessoas para a glória, sabemos que o acesso ao Pai só é dado através do filho (João 14:6) com a participação do Espírito Santo que convence o homem do pecado, justiça e juízo (João 16:8). Fiquemos então com o que nos cabe que é levar a verdade de Cristo, não renuncie a boa obra.



Mateus 10:7

POR ONDE FOREM, LEVEM ESSA MENSAGEM: O REINO DOS CÉUS ESTÁ PRÓXIMO.



Que o bom Deus abençoe as vossas vidas, amém.

Pastor Tiago Gomes de Oliveira

Assembleia de Deus Missão Profética

Subdiretor de Formação de Obreiros

 

 

 

 

3ª EBOM - Pastor Samuel Procopio

 

3. Oratória do Obreiro


 

 

INTRODUÇÃO

 

“A música seria a mais belas das artes, se não fosse a Oratória."

Este trabalho surgiu no intuito de auxiliar aos que ministram a palavra de Deus e desejam desenvolver-se colocando em pratica algo que tem sido muito pronunciado atualmente, a oratória que nada mais é que a arte de falar em público.

Diante desta conjuntura propõe-se como filosofia trabalhar a habilidade de comunicação e usufruir de vantagens estratégicas nas situações do cotidiano, sejam profissionais, sociais ou efetivas.

A proposta está em fornecer aos alunos os instrumentos e ferramentas para que possam superar o medo, adquirindo autoconfiança e a transformar o desconforto em prazer ao falar. Com isso será proporcionado um treinamento para que logo após o término do curso, os alunos possam dar prosseguimento no desenvolvimento de seus recursos pessoais, com harmonia e segurança.

É mister ressaltar que o orador não nasce feito, e que a arte de falar bem não é algo que surge do dia para noite, há a necessidade de se aprimorar diariamente o que se aprende através da pratica. Por isso, o progresso da cada aluno está diretamente ligado ao seu treinamento continuo e a sua força de vontade em aproveitar as oportunidades de se expor e falar. De forma geral todos podem atingir o nível da excelência em suas preleções e obter saudável desenvoltura comportamental em suas vidas.

 

 AFINAL, O QUE É ORATÓRIA?

“Segue ao pé do Bom Pastor cada dia. Nele tens todo o sustento. Tudo que necessitas na jornada de cada dia.” (N.L. Zinzendorf)

Ressalta-se que oratória nada mais é do que a arte de falar em público de forma elegante, precisa, fluente e atrativa.

Da oratória extrai-se a eloqüência que é o dom natural da palavra, desenvolvido de modo coordenado, coerente e fluente. Nesta conjuntura há a retórica que é o estudo teórico e pratico das regras que desenvolvem e aperfeiçoam o talento natural da palavra, tendo por base a observação e o raciocínio.

 3. GRANDES ORADORES

“Deus ajuda aqueles que se ajudam.” (Benjamim Franklin)

3.1 JESUS CRISTO

Uma das formas que utiliza-se  para a propagação do evangelho de Cristo é a pregação. Jesus a exemplo disto foi um pregador distinto de todos os que dantes dEle pregaram a palavra  e os que logo após a sua vinda ministraram e ministram até os dias hodiernos  a sua santa e inerrante palavra. O Mestre não tinha púlpito, na maioria das vezes era improvisado sobre um monte, na popa de um barquinho, junto ao mar da Galiléia; nas tribunas das sinagogas ou em casas de amigos. O ministério da pregação tornou-se algo muito dinâmico e expressivo na vida de Jesus.

3.2 ARÃO

O maior orador de todos os tempos Arão, judeu nascido no Egito durante um período de opressão. Este era tão bem conceituado na arte da oratória, ao ponto de ser reconhecido pelo próprio Deus como sendo um excelente orador (Êx. 4.14). O interessante é que a historia bíblica e as pessoas vão concluir que, através da arte da oratória se consegue prestigiar bem como desprestigiar. A bíblia menciona que houve uma ocasião em que Arão conseguiu persuadir toda a nação judaica, a adorar um bezerro de ouro que ele próprio confeccionou. Para conseguir convencer o povo a adorar o bezerro ele utilizou-se de um excelente discurso.

3.3 DEMÓSTENES

Este estadista foi considerado o maior orador grego. Inicialmente, como meio de vida, escrevia discursos para serem lidos nos julgamentos. Era conhecido por sua timidez e gagueira. Apesar de não possuir grandes dotes físicos ele revelou uma extraordinária força de vontade e disciplina para superar estes obstáculos, impondo a si próprio um treinamento muito severo e rígido. Declamava e discursava com a boca cheia de pedras e conchas, em frente ao mar. Para o fortalecimento da voz ele falava mais alto do que o barulho das ondas. Com isso conseguiu obter pronuncia perfeita, voz possante e pronuncia invejável. Projetou-se como orador político, suas mais famosas obras as serie de discursos Filipicas e de Corona.

3.4 CÍCERO - MARCOS TULLIUS E CÍCERO

Intitulado como o maior orador romano e um excelente prosador. Cícero foi o que mais influenciou os oradores dos dias hodiernos. Sua extensa obra é reconhecida pelos variados discursos, pelos tratados filosóficos e retóricos, pelas cartas e poemas existentes. Destaca-se, na vida desta grande orador, as famosas coletâneas de discursos Verrinas e Catlinarias.

 

4. VOCÊ PODE SER UM ORADOR!

“Se parares cada vez que ouvires um cão, nunca chegarás ao fim do caminho.” (autor desconhecido)

 

Todas as pessoas podem fazer a diferença como um orador diferenciado dos demais, todos possuem esta capacidade de desenvolver a arte de falar em publico.  Isso desde que não haja impregnado alguma deficiência insuperável.

Ninguém por mais que seja bem desenvolvido em suas faculdades mentais nasce orador, porém, todos os que são, são porque desenvolveram esta capacidade, que a seguir será discorrido.

4.1 O MAIOR INIMIGO DO ORADOR

O maior inimigo do orador não é a sua aparência, não são quem sabe suas dificuldades de esboçar mensagens, o maior inimigo não é a voz que não está segundo o patamar estabelecido pela sociedade como sendo a voz ideal. Todos estes podem ser inimigos do orador, mas não é o maior. O maior inimigo do orador é intitulado de MEDO. Mas, onde será que origina-se o medo?

Na maioria das vezes o medo surge devido às conclusões precipitadas, que vem da imaginação pessimista e negativas antecipada à apresentação. O medo é resultado também de falta de conteúdo, quando surge a oportunidade de falar e o orador não sabe o que dizer e na maioria das vezes não falar nada, acaba enrolado as pessoas até o termino da mensagem que por sua vez não acrescenta nada aos ouvintes.

O medo tem sua origem no dialogo interno desequilibrado, ex: será que conseguirei sair bem nesta apresentação? Há! eu penso que não nasci para fazer isto. Há a necessidade de se manter o dialogo interno equilibrado, pois poderá trazer sérios prejuízos na realização de um boa prédica.

4.1.1 Como controlar o medo de falar em público?

A resposta é bem mais simples do que se imagina. Só se controla o medo de falar em publico se preparando e estudando a cerca do assunto, treinando com o espelho, câmara de filmagem, gravador de voz, etc.

4.1.2 Como controlar o nervosismo?

Só existe uma forma de controlar o nervosismo que é utilizando-se de exercícios de respiração com o corpo solto.

 

5. OS VEÍCULOS DA COMUNICAÇÃO

“O problema não é o barulho dos maus, mas o silêncio dos bons.”

Compara-se o discurso como sendo uma locomotiva com cinco vagões, o vagão postura; vagão emoção; vagão gestos; vagão vocabulário e vagão voz. Veremos logo após cada um destes de forma mais detalhada.

5.1 POSTURA

A postura está relacionado a posição do corpo. Esta é observada por todo o tempo pelo auditório. Através da postura equilibrada, bonita e harmoniosa do orador o auditório desenvolve suas expectativas e isto traz resultados positivos ao mensageiro da palavra. Porém, as expectativas são frustrantes quando o orador não tem postura equilibrada, desajustada, feia e sem harmonia.

Quando estes tipos de situações ocorrem o auditório perde o interesse de ouvir, perdem o interesse de ouvir mesmo quando antes não saia sequer uma palavra da boca, criando desta forma um nível de desatenção e dispersão muito grande, fato que prejudica de forma direta todo o desenrolar da prédica.

A postura pode transmitir segurança, insegurança, habilidade e inabilidade. Mas, como se ter um boa postura? É bem mais simples do que se pode imaginar o ponto X da postura são os ombros, é importante saber mantê-los sempre bem alinhados.

5.2 EMOÇÃO

O segundo veiculo de uma comunicação correta é a emoção. Esta precisa ser bem equilibrada, pois é através dela que o orador vai agir em harmonia com os seus ouvintes, sem agressividade ou passividade. Um estado emocional desequilibrado pode trazer sérios prejuízos, tornando o auditório agressivo, demonstrando resistência e falta de atenção à mensagem pregada.

Uma emoção equilibrada é de grande valia, pois desarma o auditório. Um exemplo claro verifica-se se o orador é convidado para discursar em um ambiente, onde os ouvintes em sua maioria estão tensos e tristes, no momento em que ele vai se apresentar deverá se portar com sua platéia com uma emoção equilibrada, através do bom humor, do riso sincero; recorrendo a estas técnicas o auditório será apto o suficiente para ouvir o seu discurso.

O orador no desempenho de suas funções precisa trazer impregnado em seu ser uma fonte do humor que será utilizada no intuito de envolver a platéia, se ele for bem humorado certamente fará com que o seu discurso seja engraçado, divertido, interessante a acima de tudo eficaz.

O orador jamais deve se apresentar quando perceber que seu estado emocional desequilibrado. A emoção é oscilante, exatamente por isso é preciso se utilizar de alguns exercícios, para erguê-la quando se perceber que seu estado está fora do normal. Diante destas questões torna-se mister fazer caminhadas, praticar algum esporte ou fazer alguma outra atividade relaxante. Estas atividades ajudará a diminuir a tensão e com isso melhorar o seu estado emocional para a apresentação do discurso.

Nesta conjuntura uma das melhores formas que se tem para se manter um bom humor é através da técnica de se manter o interior divertido, isto é manter-se sempre rindo interiormente, porém se houver alguma dificuldade de utilizar estas técnicas, poderá usufruir de outra técnica a de pensar em alguma coisa engraçada antes de se apresentar, pode-se pensar em alguma brincadeira, uma história, uma música ou um fato qualquer e desde que seja humorado.

5.3 GESTOS

Os gestos são os movimentos do corpo. Estes são de um grau de importância muito grande no desenvolvimento de uma prédica com os resultados almejados, por isso há a necessidade de se utilizar destes movimentos com naturalidade e consciência para não se provocar devaneios no auditório.

Existem dois tipos de comunicação – a comunicação verbal e a comunicação não verbal que não se utiliza da voz para se comunicar. Um estudo realizado pelos norte americanos concluiu que os gestos carregam a maior porcentagem do potencial de um discurso, veja a seguir de forma mais detalhada cada um destes fatores.

Palavras: são as responsáveis por 7% da capacidade de convencimento de um discurso;

Voz: é a responsável 38% da capacidade de convencimento de um discurso;

Gestos: estes representam 55% da capacidade de convencimento de um discurso.

Com base nesta pesquisa percebe-se que os gestos são os responsáveis pela maior porcentagem de convencimento na transmissão do discurso. Por esta razão é necessário tomar muito cuidado com eles, principalmente com os prejudiciais que são: balanço excessivo do corpo, movimento desordenado constantemente, estes gestos indicam insegurança, nervosismo e falta de convencimento e falta de habilidade.

Estas atitudes atrapalham o poder de persuasão ou convencimento do orador durante a apresentação do discurso, necessário que o orador seja atento aos gestos e também atento aos membros do corpo, cabeça, ombros, braços, mãos e pernas.

5.4 CABEÇA

A posição da cabeça representa o ajuste de todo o corpo. É considerando a importância da cabeça, que ressalta-se que esta em momento algum durante a prédica deve ficar inclinada para um dos lados do corpo, não deve ficar excessivamente erguida e nem excessivamente inclinada; quando fora do nível a cabeça causa uma desarmonia em toda a postura.

Na maioria das vezes quando a cabeça está excessivamente baixa indica inferioridade, desanimo, angustias e falta de vontade para se pronunciar. Os gestos demonstrados pela cabeça são muito importantes para afirmar e para negar.

5.5 OMBROS

Conforme já mencionado anteriormente os ombros são de grande valia para o desenvolvimento da postura e estes devem sempre estarem bem alinhados.

5.6 BRAÇOS

Os braços durante uma prédica, não devem ficar cruzados, pois isto demonstra para a platéia que o orador está fechado para receber idéias. Se o discurso for interativo, demonstra ao publico ouvinte altivez, desinteresse pelo auditório e superioridade. Os braços não podem ficar em constantes movimentos demonstrando um mau hábito ou irritabilidade.

5.7 MÃOS

As mãos tem sido a causa de preocupações de muitos ministros da palavra do Senhor, muitos não sabem a posição que devem ter, onde deve-se deixá-la durante a apresentação. Na arte da oratória não existem regras quanto ao posicionamento das mãos, mas todavia existem dicas que podem auxiliar no bom uso das mãos a exemplo disto menciona-se o ponto zero.

Os movimentos das mãos transmitem uma série de mensagens que a seguir são descritas:

Mão aberta com a palma voltada para cima significa disponibilidade para recebimento e interesse pelo assunto. Com a palma voltada para baixo com alguns resumidos movimentos indica pedido de calma;

Mão aberta com a palma voltada para baixo com movimentos para lateral indica rejeição, afastamento e remoção;

Mão aberta com o polegar pressionado indica força, vigor e energia.

5.8 PERNAS

O posicionamento das pernas tem sido um fator de essencial valor na condução do discurso. O adequado posicionamento das pernas indicam maturidade, enquanto que mau posicionamento das mesmas indicam imaturidade do ministrante. Durante a exposição da palavra é mister evitar algumas coisas que a seguir são detalhadas:

Deve se evitar o balanço ou a batida das pernas, pois isto indica nervosismo;

Cabe evitar apoiar o corpo sobre uma das pernas, pois isto indica falta de habilidade

No uso correto das pernas o correto é manter a sola do pé inteira no chão, transmitindo a sobriedade, o mau posicionamento das pernas acarreta sérios prejuízos no processo da comunicação.

5.9 VOZ

A voz tem sido um importantíssimo instrumento no desenvolver das ministrações. A voz carrega o raio X da alma, é por causa disto que por telefone por vezes se consegue perceber o estado emotivo da pessoa na qual se está falando, isto só é possível por causa da voz e da sua tonalidade.

A voz indica diretamente ou indiretamente a dor que perscruta no ser das pessoas, esta também demonstra alegria, desanimo nervosismo e tristeza. São poucos os que conseguem disfarçar a voz para esconder os sentimentos. A tonalidade da voz constitui um fator indispensável na comunicação a exemplo disto a seguir são destacados alguns pontos essenciais de serem observados durante a prédica.

Falar alto tem sido um comportamento típico de quem procura mesmo sem querer chamar a atenção dos que estão a sua volta, na maioria das vezes estas atitudes estão diretamente relacionadas a imaturidade de muitos que não procuram se informar para o desempenho eficaz e eficiente da prédica;

Falar muito baixo quando utilizada sem cuidados indica em sua maioria medo, insegurança, sentimento de impotência perante os ouvintes.

Falar com mansidão está associada a tristeza ou a alguma raiva escondida ou sentimento de ser um orador desinteressante.

Diante destas questões é primordial que a voz deve se moderada, demonstrando a firmeza e a sabedoria de quem fala. Não pode ser monótona, pois assim finda cansando o auditório em pouco tempo, a voz é um recurso importantíssimo na condução de uma mensagem.

Diante desta conjuntura o que é necessário fazer para melhorar a voz? É bem simples, primeiramente é importante utilizar bem a respiração, intensidade, velocidade e entonação, a seguir são detalhados cada um desses de modo que facilite o entendimento.

Respiração – para que a voz do orador seja agradável é mister que respire de forma correta. Existem oradores que costumam falar quando estão inspirando, e continuam falando mesmo depois de o ar haver acabado, não utilizando o ar de forma correta. Deve-se durante a fala utilizar-se do diafragma.

Intensidade – é de primordial valor fazer-se treinamentos para não pronunciar as palavras aos berros, nem sussurros desordenados para o auditório, pois estas duas maneiras se pronunciar pode irritar o auditório gerando perda de interesse de ouvir o orador, levando-os a desviar a sua atenção do conteúdo concentrando-a nos motivos dos berros e dos sussurros.

Velocidade- cada tipo de discurso exige uma velocidade determinada na pronuncia das palavras. Existem quatro graus de velocidades mais utilizados a rápida, a muito rápida, a lenta e a muito lenta. Vejamos cada uma dessas a seguir.

Rápida – usada para festividade de jovens e para reuniões de avivamento;

Muito rápida – utilizada para narrações de jogos;

Lenta – usada para mensagens reflexivas como poesias e contos;

Muito lenta – utilizada para provocar o sono na plateia.

5.10 VOCABULÁRIO

Questões relacionadas ao vocabulário são de indispensável valor na comunicação. Pois é através dele que se transmitem as idéias. Quando o vocabulário é deficiente jamais se consegue transmitir o que se pensa e imagina.

O vocabulário ideal é aquele que não é difícil e nem truncado, bem como não é complicado ou excessivamente sofisticado. O vocabulário não deve ser pobre e vulgar – o auditório não é atraído por palavras bonitas, mas sim por um bom discurso. O melhor vocabulário é aquele que é compreendido por todas as classes sociais e não apenas por algumas, o vocabulário deve ser semelhante ao utilizado nos telejornais.

     Pastor Samuel Procópio

Assembléia de Deus Avivamento Pleno

3ª EBOM - Pastor Arhur Bitencourt

 



COISAS QUE ACOMPANHAM A SALVAÇÃO



“Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim falamos”. (ARC)

“Amados, mesmo falando dessa forma, estamos convictos de coisas melhores em relação a vocês, coisas próprias da salvação”. (NVI)

Hebreus 6:9



Deus sempre quer nos levar à maturidade espiritual. O progresso espiritual é evidenciado por uma vida cheias de frutos.

Após a ilustração tirada da natureza para trazer luz a uma verdade espiritual, o escritor aos Hebreus espera dos seus irmãos leitores, que a primeira premissa da ilustração seja uma realidade na vida deles, a saber: que sejam uma terra boa, que recebe chuva, cultivada e abençoada por Deus. Portanto, dá erva útil, e produz bons frutos. Assim, o autor aos Hebreus não espera que a segunda premissa da ilustração seja a realidade dos seus leitores, a saber, uma terra inútil, que produz ervas daninhas e espinhos, e logo, uma terra amaldiçoada.

D. Pentecost, em seu comentário da carta aos Hebreus, expõe outro tipo de abordagem da mesma ilustração:



"A questão aqui é que as bênçãos que vêm de Deus podem ser usadas bem ou mal. Bênçãos bem aproveitadas trazem resultados úteis, enquanto as dádivas mal aproveitadas produzem o que não serve para nada. Dessa forma, a advertência termina com a observação de que, embora todos os crentes recebam bênçãos de Deus, alguns as usarão para dar bons frutos, enquanto outros as aproveitarão para produzir o que é inútil”. Pentecost, J. Dwight. Hebreus (pp. 114-115). Chamada (www.chamada.com.br). Edição do Kindle.



O escritor aos Hebreus, quando incialmente menciona a respeito da salvação, ele a qualifica como sendo tão grande e de grande proporção, que anela que seus irmãos-leitores sigam nas pisadas da grandeza do livramento eterno da ira futura. Vejamos:



“como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram;”

Hebreus 2:3



Como sabemos, a salvação eterna abrange três tempos: passado, presente e futuro.

No passado, a justificação, Rm 4:25. No presente, a santificação, 1 Co 1:18 (NVI). No futuro, a glorificação, Rm 8:23.

Assim, a salvação no tempo passado, ocorreu na justificação de nossos pecados, por ocasião da nossa regeneração.

No tempo presente, a salvação manifesta-se através da santificação operada pelo Espírito Santo, diária e progressivamente.

No tempo futuro, a salvação se consumará, pela redenção do nosso corpo.

No passado, fomos salvos. No presente, estamos sendo salvos. No futuro, seremos salvos.

No passado, fomos justificados. No presente, estamos sendo santificados. No futuro, seremos salvos.

No passado, fomos livres da culpa do pecado. No presente, somos livres do poder do pecado. No futuro, seremos livres da presença do pecado.

Assim, após nossa salvação (no passado), o autor aos Hebreus declara-nos algumas coisas que acompanham esta salvação (no presente).

O contexto da carta aos Hebreus e do presente capítulo, lançam luz, apontando-nos quais coisas, de fato, acompanham a salvação, ou são pertencentes a salvação. Vejamos:





O AVANÇO PARA A MATURIDADE

“Portanto, deixemos os ensinos elementares a respeito de Cristo e avancemos para a maturidade, sem lançar novamente o fundamento do arrependimento de atos que conduzem à morte, da fé em Deus”.

Hebreus 6:1 (NVI)

O escritor aos Hebreus alerta-nos para o real perigo de não avançar para a maturidade em Cristo. No entanto, confiava que os amados irmãos e leitores seguiriam pelo caminho do progresso espiritual em Cristo. E isto fariam, se Deus os permitisse, Hb 6:3.

É grande importância afirmar que, não progredir espiritualmente é um pecado. Não crescer espiritualmente é um pecado.

Como nos lembra o apóstolo Paulo em Fl 2:12, que devemos desenvolver e operar a nossa salvação com temor e tremor.

Assim, podemos concluir, contextualmente pela carta aos Hebreus, que a maturidade pertence as coisas que acompanham a salvação.

A maturidade espiritual, portanto, leva à condição de filhos adultos do Pai. Até mesmo a criação aguarda com expectativa a manifestação dos filhos amadurecidos de Deus, Rm 8:14-21. Sem dúvida, um dos alvos da salvação.





O AMOR

“Amados, mesmo falando dessa forma, estamos convictos de coisas melhores em relação a vocês, coisas próprias da salvação”.

Hebreus 6:9 (NVI)



Esta é a primeira e última menção do escritor aos Hebreus, que chama seus leitores de “Amados”. Porque, de fato, são alvos do amor do Pai. Assim, são salvos pelo amor, e sustentados por este amor até a redenção final.

Quando o autor aos Hebreus, chama seus leitores de “AMADOS”, ou seja, queridos, estimados, ele não os chama por força retórica ou estilo literário, mas sim, por saber que são destinatários e beneficiados pelo amor de Deus.

Assim, os salvos estão arraigados no amor do Pai. Estamos alicerçados no Seu amor, como escreveu Paulo aos santos de Éfeso: “para que Cristo habite, pela fé, no vosso coração; a fim de, estando arraigados e fundados em amor”, Efésios 3:17.

Estar arraigados no amor do Amado, implica calma confiança e segurança.

Podemos, sem sombra de dúvidas, afirmar que, o amor acompanha a salvação, daqueles que são resgatados pelo Senhor Jesus. Exerçamos a fé Naquele que nos ama, assim descansemos em Seus braços eternos.

Este amor atinge uma dupla dimensão, e revela-se no amor a Cristo e no amor aos santos, como veremos a seguir.





O TRABALHO E O SERVIÇO

“Deus não é injusto; ele não se esquecerá do trabalho de vocês e do amor que demonstraram por ele, pois ajudaram os santos e continuam a ajudá-los”.

Hebreus 6:10 (NVI)

“Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho de amor que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda servis”.

Hebreus 6:10 (ARC)



O amor de Deus é a força motriz desencadeadora de todo trabalho e serviço espirituais no Reino, para Deus e para os santos de Deus.

O amor de Deus e o nome de Deus encorajam um salvo ao campo de trabalho.

Só podem trabalhar para Deus e por Seus santos, aqueles que já gozam da bendita redenção.

À estes, o escritor aos Hebreus lembra, que é impossível Deus se esquecer dos serviços que foram prestados no Reino. Uma vez que Deus não é injusto, nem poderia sê-lo, 2 Tm 2:13.

O não esquecimento de Deus pressupõe uma recompensa futura pelos serviços ofertados, tanto por uma obra como por um trabalho de amor, 1 Co 3:13-15.

Todas as vezes que cuidamos de um santo e herdeiro de Deus na terra, isto fazemos ao próprio Deus também. Prestamos um serviço ao Seu Nome mostrando contínuo serviço aos santos.

A palavra “obra”, “ergon” no grego, tem o sentido de trabalho, ato, ação, serviço. Já o termo “kopos” no grego, que foi traduzido como: “amor ou trabalho do amor”, tem o sentido de “intenso trabalho unido a aborrecimento e fadiga”, segundo o dicionário J. Strong.

Assim, poderíamos dizer que todo trabalho feito a Deus e aos seus santos, bem como todo trabalho “pesado” que é realizado, glorifica a Deus, e faz parte da vida subsequente à regeneração ou salvação.

Portanto, o trabalho e o amor ao Nome de Deus e aos Seus santos são coisas pertencentes a salvação, e assim, acompanham-na.





A PRONTIDÃO E A DILIGÊNCIA

“Queremos que cada um de vocês mostre essa mesma prontidão até o fim, para que tenham a plena certeza da esperança,”

Hebreus 6:11 (NVI)

“Desejamos, porém, continue cada um de vós mostrando, até ao fim, a mesma diligência para a plena certeza da esperança;”.

Hebreus 6:11 (ARA)



O zelo e o cuidado devem ser mostrados até o fim da nossa jornada, rumo a glorificação eterna. Não podemos ser preguiçosos e indolentes no processo de amadurecimento espiritual.

Toda diligência possível de nossa parte é necessária para a plena certeza da nossa esperança.

Nossa diligência e prontidão espirituais revelam a grandeza e a segurança da nossa bem-aventurada esperança.

Vejamos o que nos ensinou o apóstolo Paulo em Tito 2:11-13, sobre a salvação, a diligência e a esperança:



Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente, enquanto aguardamos a bendita esperança: a gloriosa manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo.



Sendo a graça, a fonte suprema da nossa salvação, nossa diligência ou cuidado concentra-se em renunciar as paixões mundanas e viver piamente segundo o Evangelho, até o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus.

Como bem frisou Warren W. Wiersbe, em seu comentário bíblico expositivo, o progresso espiritual exige esforço diligente:



“Apesar de ser verdade que é Deus quem nos leva à maturidade (ver Hb 6:1,3), também é verdade que o cristão deve fazer sua parte. Ninguém deve ser preguiçoso (“tardios” em Hb 5:11), mas sim dedicar-se aos recursos espirituais que Deus concedeu. Uma vez que temos as promessas de Deus, devemos exercitar a fé e a paciência e nos apropriar do que possuímos”.



A esperança é fonte de motivação e encorajamento espirituais, que justifica nossa prontidão, zelo, cuidado e diligência. Nossa esperança está atrelada à nossa fé em Cristo. A esperança aponta a glória futura, e é uma virtude ou poder do mundo vindouro, agindo em nosso tempo presente e em nossas vidas salvas.

A esperança promove em nós mais diligência, zelo e cuidado. E a prontidão e o cuidado rumam à esperança. Este processo gera um ciclo virtuoso, que produz em nós a perfeição moral e espiritual, ou seja, a maturidade.

Veja esse comentário elucidativo sobre a relação entre a esperança e a fé.



“A fé tem uma dimensão futura. Se ela não espera algo melhor no futuro, não é fé genuína. A maturidade cristã é amadurecimento em fé, esperan­ça e amor. A fé tem uma fundação histó­rica de realidades permanentes. É pela fé que trazemos estas realidades para o pre­sente vivo, palpitante. O amor é o poder por meio do qual servimos à nossa época e à nossa geração no Espírito de Jesus. Esperança é o meio através de que prova­mos o poder do século vindouro” (Comentário Broadman).





A IMITAÇÃO DA FÉ E DA PACIÊNCIA

“de modo que vocês não se tornem negligentes, mas imitem aqueles que, por meio da fé e da paciência, recebem a herança prometida”.

Hebreus 6:12 (NVI)

para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que, pela fé e paciência, herdam as promessas.

Hebreus 6:12 (ARC)



O esforço diligente opõe-se a negligência ou morosidade no avanço espiritual.

A melhor maneira de fugirmos da condição de tardios espirituais é seguir o dever de imitar a fé e a paciência daqueles herdaram as promessas de Deus.

Para herdarmos as promessas de Deus será preciso muita fé e longanimidade. Apenas aqueles que são testados e provados na fé e na paciência receberão as promessas como herança.

Para tomarmos posse das promessas de Deus é preciso ter o ânimo alongado, daí a expressão: longanimidade, ou seja, ânimo espichado.

Ao imitarmos a fé e a paciência destes heróis da fé seguiremos na rota do crescimento espiritual.

Precisamos com todas as forças do nosso ser, fugir da indolência, apatia e indiferença espiritual. Quando vivemos longe da omissão espiritual, adentramos a estrada do desenvolvimento espiritual, Tg 4:17.

Temos exemplos e testemunhas múltiplas no Reino de Deus que nos inspiram na caminhada do crescimento espiritual, e por fim, herdarmos as glórias das promessas de Deus.

Veja este comentário abaixo que corrobora a argumentação anterior:

“Não palmilhamos o caminho de fé, amor e esperança como peregrinos solitários. Outros têm passado por aqui an­tes, para nos mostrar o caminho. Temos não apenas o Espírito Santo dentro de nós, para nos guiar, mas também o exemplo objetivo daqueles que resistiram à tentação de permanecerem preguiçosos e indolentes, e têm, pela fé, andado com persistência robusta e firme, e têm des­coberto que as promessas de Deus são verdadeiras”. (Comentário Broadman).





CONCLUSÃO



Após este breve estudo, chegamos a conclusão que as coisas que acompanham a salvação ou coisas pertencentes à salvação são: o avanço para a maturidade espiritual, o desfrute do amor do Pai, o trabalho e o serviço (trabalho de amor), a prontidão e a diligência rumo a esperança, a imitação da fé e da paciência daqueles herdarão as promessas de Deus. Esta é a jornada feliz que nos conduzirá aos Novos Céus e Nova Terra, a Nova Jerusalém, Ap 21 e 22.



Arthur Moratelli Bittencourt

Ministro do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo

Pastor vice-presidente executivo da AD Utinga – Santo André – SP.